dimensionamento-abrandadores-agua

Escrito em por & arquivado em Abrandamento, Troca Iônica.

A dureza da água é um dos principais problemas enfrentados em sistemas térmicos, caldeiras, trocadores de calor e processos industriais em geral. Essa dureza é causada, principalmente, pela presença de íons cálcio (Ca²⁺) e magnésio (Mg²⁺), que se depositam em forma de sais insolúveis. O processo de abrandamento da água, baseado na troca iônica por resinas catiônicas, é uma das soluções mais eficientes para remover esses íons e evitar incrustações e perdas de eficiência.

O que é o abrandamento?

O abrandamento é um processo no qual a água bruta passa por um leito de resina catiônica fortemente ácida, na forma sódica. Durante a passagem, os íons de cálcio e magnésio são trocados por íons sódio (Na⁺). Após certo tempo, a resina se satura e precisa ser regenerada com salmoura (solução de cloreto de sódio), restaurando sua capacidade de troca.

Etapas para o dimensionamento

O dimensionamento correto de um abrandador garante desempenho adequado, menor consumo de sal e maior vida útil da resina. Os principais parâmetros de entrada são:

  • Q: Vazão de operação (em m³/h)
  • D: Dureza da água de entrada (em ppm ou mg/L de CaCO₃)
  • t: Tempo de operação contínua entre regenerações (em horas)

A fórmula para calcular o volume de resina necessário é:

pastedGraphic.png

Esse cálculo considera que 1 litro de resina tem capacidade de troca de 60 g de CaCO₃, que seria um valor médio, as capacidades de troca dependem da qualidade da resina, temperatura de operação e dos parâmetros de regeneração.

Exemplo de dimensionamento

Vamos dimensionar um abrandador com os seguintes dados:

  • Q = 1,5 m³/h (vazão de água a ser tratada)
  • D = 80 ppm (dureza da água de entrada)
  • t = 20 horas (intervalo entre regenerações)

pastedGraphic_1.png

Verificando a carga hidráulica:

pastedGraphic_2.png

O valor de 37,5 BV/h está confortavelmente dentro da faixa recomendada de 20 a 60 BV/h para aplicações industriais, garantindo tempo de contato adequado e eficiência na troca iônica.

Notar que o diâmetro do tanque deve permitir a expansão do leito em até 50% durante a retrolavagem (fluxo ascendente típico de 5–10 m/h), para garantir remoção de partículas e movimentação da resina, essencial para manter a eficiência.

Aspectos importantes no desempenho

O desempenho de um abrandador depende de fatores além do volume de resina:

  • Dosagem correta de salmoura: A concentração ideal está entre 8% e 15%. Quantidades insuficientes comprometem a regeneração e causam vazamentos de dureza.
  • Qualidade da regeneração: Ciclos bem executados (retrolavagem, salmoura, enxágue lento e rápido) são fundamentais para preservar a capacidade da resina, sistemas muito grandes ou com regenerações pouco frequentes podem levar à proliferação bacteriana no leito, recomenda-se que o tempo entre regenerações normalmente não ultrapasse 48 horas.
  • Contaminantes na água: Ferro, manganês, cloro e sólidos em suspensão devem ser removidos antes do abrandador. Ferro e manganês são adsorvidos na resina e não são regenerados, enquanto o cloro pode degradar sua estrutura.
  • Pré-filtração obrigatória: Mesmo com água de poço ou rede, é essencial instalar um filtro de areia ou cartucho antes do abrandador para proteção do leito.

Considerações finais

O dimensionamento correto de um abrandador passa pela análise criteriosa da vazão, da dureza da água e do tempo de operação esperado. Cargas hidráulicas fora da faixa recomendada podem causar mau desempenho, desgaste prematuro da resina e aumento no consumo de sal.

Com um projeto bem executado e comissionamento adequado, o abrandador se torna uma solução robusta e de baixa manutenção para fornecimento contínuo de água branda em processos críticos. O exemplo apresentado mostra como é possível, com cálculos simples, chegar a uma configuração segura e eficiente para a aplicação desejada.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

avaliacao-custos-operacionais-sistemas-osmose

Escrito em por & arquivado em Negócio, Osmose Reversa.

Introdução

A osmose reversa é uma tecnologia amplamente consolidada para o tratamento de água, sendo aplicada em indústrias, hospitais, setores farmacêuticos, alimentícios e estações de reuso. Embora seus benefícios sejam amplamente reconhecidos — como alta eficiência na remoção de sais e contaminantes —, os custos operacionais são fatores determinantes para a viabilidade econômica de qualquer instalação. Este artigo apresenta uma análise detalhada dos principais componentes do custo operacional de sistemas de osmose reversa: energia, produtos químicos e substituição de membranas, com base nas informações técnicas dos fabricantes de membranas.

1. Consumo de Energia

O consumo energético representa, na maioria dos casos, a maior parcela dos custos operacionais.

Variáveis determinantes: pressão de operação, tipo de água de alimentação (salobra ou água do mar), recuperação do sistema e eficiência do conjunto motor-bomba.

Consumo típico:

Sistemas de água salobra: 0,5 a 1,5 kWh/m³

Sistemas de água do mar: 3 a 6 kWh/m³

Exemplo:

Para uma planta de osmose reversa tratando 100 m³/dia de água salobra com consumo médio de 1 kWh/m³ e custo de R$ 0,70 por kWh, o gasto mensal com energia será de R$ 2.100. Se o sistema for otimizado com bombas de alta eficiência, esse valor pode ser reduzido em até 20%.

Redução de custos:

  • Uso de inversores de frequência para ajuste fino da pressão.
  • Sistemas de recuperação de energia em unidades SWRO (água do mar).

2. Produtos Químicos

Produtos químicos são essenciais para manter a operação estável e prolongar a vida útil das membranas.

2.1. Anti-incrustantes

Previnem a formação de depósitos de sais, especialmente carbonatos, sulfatos e sílica.

Dosagem depende da qualidade da água e da taxa de recuperação.

Custo estimado: R$ 0,05 a R$ 0,15 por m³ tratado.

2.2. Produtos para CIP (Cleaning in Place)

A limpeza química é recomendada quando a perda de fluxo ultrapassa 10 a 15% ou o delta de pressão aumenta significativamente.

Recomendação: CIP a cada 3 a 6 meses, dependendo da carga orgânica e controle prévio de SDI.

Custo médio por CIP:

R$ 2.000 a R$ 5.000, considerando produtos químicos, mão de obra e parada do sistema.

2.3. Presença de cloro livre e bioincrustação

A presença de cloro livre degradada rapidamente as membranas de poliamida.

É recomendada a remoção total do cloro livre antes da membrana, geralmente via carvão ativado ou adição de metabissulfito de sódio.

O controle de bioincrustação deverá ser realizado através da dosagem de biocidas específicos para membranas de osmose reversa.

3. Substituição de Membranas

As membranas são o coração do sistema, e seu custo de reposição deve ser diluído ao longo da vida útil.

Vida útil típica: 3 a 5 anos (pode variar por qualidade da água e frequência de CIP).

Custo por membrana: R$ 4.000

Projeção de custo:

Em uma planta com 20 membranas, substituídas a cada 4 anos, o custo anual com membranas é de R$ 20.000, o que equivale a R$ 0,27/m³, considerando 200 m³/dia.

Dicas para prolongar a vida útil:

  • Manter operação dentro dos limites recomendados de pressão, pH e SDI.
  • Realizar limpezas preventivas com produtos compatíveis.
  • Monitorar tendências de desempenho por meio de dados normalizados (pressão, fluxo, rejeição).

4. Outros Custos Operacionais Relevantes

4.1. Rejeito e descarte

Sistemas de osmose reversa operam com recuperações entre 75% e 85% em água salobra.

O volume de rejeito deve ser tratado ou descartado conforme regulamentações ambientais, o que pode representar um custo adicional ou oportunidade de reúso.

4.2. Monitoramento e Automação

Investir em sistemas de monitoramento online e controle automatizado pode reduzir falhas, otimizar dosagens químicas e identificar anomalias em tempo real.

Recomenda-se o uso de dados normalizados para avaliar tendências reais de desempenho, isolando o efeito de variáveis externas como temperatura.

4.3. Mão de obra e manutenção preventiva

Embora representem uma parcela menor, são essenciais para evitar falhas críticas e prolongar o ciclo operacional.

Conclusão

A compreensão detalhada dos custos operacionais de um sistema de osmose reversa permite não apenas estimar o custo por metro cúbico tratado, mas também otimizar o desempenho e aumentar a vida útil dos ativos. O uso das diretrizes do fabricante, é essencial para definir faixas de operação seguras, reduzir perdas e obter o melhor retorno sobre o investimento. Considerar todos os fatores — energia, químicos, membranas, descarte e monitoramento — é fundamental para manter a eficiência técnica e financeira do sistema ao longo dos anos.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

ultrafiltracao-uv-lights

Escrito em por & arquivado em Osmose Reversa, Ultrafiltração.

Resumo

A ultrafiltração é uma tecnologia de separação por membranas que oferece alta eficiência na remoção de sólidos suspensos, coloides, bactérias e vírus. Este artigo discute suas vantagens frente aos tratamentos convencionais, como filtros de areia, abordando aspectos técnicos, operacionais, energéticos e econômicos.

1. Introdução

Os processos convencionais de tratamento de água, como filtração em mídias (filtros de areia, antracito e cascalho), têm sido amplamente utilizados ao longo das décadas. No entanto, a crescente demanda por qualidade superior da água e os desafios relacionados a espaço físico, consumo de água e estabilidade operacional têm levado à adoção de tecnologias de membranas, como a ultrafiltração.

2. Princípios da Ultrafiltração

A ultrafiltração é um processo por membranas que utiliza diferenças de pressão para separar partículas sólidas de uma solução. As membranas possuem poros com tamanho entre 0,01 e 0,1 micrômetro, permitindo a retenção de sólidos suspensos, coloides, bactérias (remoção log6) e vírus (remoção log4). É comum o uso de membranas de fibra oca em configurações de filtração de forma para dentro. 

3. Comparativo com Tecnologias Convencionais

A filtração por areia e mídias granulares oferece eficiência limitada na remoção de contaminantes microscópicos. Em contrapartida, a ultrafiltração garante qualidade constante do permeado, mesmo com variações na qualidade da água bruta. 

Segue o detalhamento comparativo entre filtração por areia/mídias granulares e ultrafiltração, com foco nos ganhos operacionais, qualitativos e sanitários que justificam o uso crescente da ultrafiltração em sistemas modernos de tratamento de água:

Critério Filtração por Areia/Mídias Granulares Ultrafiltração (por membranas)
Eficiência na remoção de partículas finas e coloidais Limitada – especialmente para partículas < 10 µm Elevada – remove partículas até 0,01 µm (incluindo vírus, bactérias e coloides)
Qualidade do permeado Variável, depende da qualidade da água bruta e da frequência de contralavagens Constante, independente da variação da água bruta
Turbidez do efluente final 0,5 e 1,0 NTU < 0,2 NTU
SDI (Índice de densidade de sedimentos) Pode ser > 5 (não adequado para osmose reversa) < 3, ideal para sistemas de osmose reversa
Remoção de E. coli e outros patógenos Ineficiente, requer desinfecção complementar Superior a 4 log (99,99%), podendo dispensar cloração adicional em alguns casos
Remoção de DQO (Demanda Química de Oxigênio) Parcial – não remove matéria orgânica dissolvida Redução efetiva da fração particulada e coloidal da DQO
Consumo de produtos químicos (coagulantes, floculantes) Alto, especialmente em águas com elevada turbidez Redução de até 10x por dispensar ou minimizar pré-tratamentos químicos
Consumo de água em contralavagens Elevado – entre 3 e 5% da vazão tratada Redução de até 2x – consumo típico de 1 a 2% da vazão tratada
Área ocupada Grande – devido a tanques, filtros e decantadores Redução de até 3x – sistema compacto, modular
Manutenção e operação Requer contralavagens frequentes, manuseio de produtos químicos e controle de lodo Operação automatizada, contralavagens automatizadas e menor geração de efluentes
Aplicação como pré-tratamento para osmose reversa Necessita etapas adicionais de polimento (cartuchos, carvão ativado) Ideal – entrega água com turbidez e SDI compatíveis diretamente com osmose reversa

4. Benefícios da Ultrafiltração

A ultrafiltração apresenta:

  • Estabilidade operacional superior e menor necessidade de intervenção manual;
  • Qualidade do permeado independente da alimentação;
  • Redução de manutenção devido à possibilidade de retro lavagem e uso de aeração;
  • Modularidade, facilitando ampliação da capacidade instalada;
  • Possibilidade de automação completa do processo.

5. Aplicações

A ultrafiltração tem sido aplicada com sucesso nas seguintes situações:

  • Produção de água potável a partir de mananciais superficiais e subterrâneos;
  • Reúso de efluentes domésticos e industriais;
  • Indústrias de bebidas, alimentos e farmácias;
  • Pré-tratamento para osmose reversa em estações compactas.

7. Considerações Finais

A ultrafiltração apresenta vantagens técnicas expressivas frente aos sistemas convencionais de filtração por areia ou mídias granulares, especialmente quando se busca:

  • Segurança microbiológica elevada sem depender de desinfecção química intensiva;
  • Padronização da qualidade da água tratada, mesmo em ambientes com alta sazonalidade da água bruta;
  • Redução de CapEx e OpEx associados a sistemas de clarificação, decantação e filtragem química;
  • Melhor desempenho de processos subsequentes, como osmose reversa ou desinfecção final.
  • Essa superioridade técnica justifica sua ampla adoção em aplicações como reuso de efluentes, potabilização direta e processos industriais com altos requisitos de qualidade.

Referência

Marques Filho, Joaquim. Ultrafiltração para tratamento de água e reúso. Curso online. Hotmart.com, 2021.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

temperatura-osmose-reversa

Escrito em por & arquivado em Osmose Reversa.

A influência da temperatura da água no desempenho e vida útil das membranas de osmose reversa: aspectos práticos e recomendações de projeto

Resumo

A temperatura da água é um dos fatores mais relevantes no desempenho de sistemas de osmose reversa, influenciando diretamente a vazão de permeado, a pressão de operação, o consumo energético e a vida útil das membranas. Este artigo discute os mecanismos envolvidos, apresenta dados comparativos e fornece recomendações de projeto e operação para diferentes condições térmicas. 

1. Introdução

Sistemas de osmose reversa operam com base na aplicação de pressão para forçar a água a atravessar membranas semipermeáveis, removendo sólidos dissolvidos e contaminantes. Entre as variáveis que afetam o desempenho, a temperatura da água é frequentemente subestimada, embora seu impacto seja significativo tanto na produção quanto na eficiência energética do sistema. A literatura técnica e experiências práticas demonstram a necessidade de considerar essa variável desde o dimensionamento até a operação diária.

2. Fundamentos técnicos

A temperatura influencia a viscosidade da água e, por consequência, a permeabilidade das membranas. A maioria dos fabricantes apresenta os dados de desempenho com base em 25 °C. Para condições diferentes, é necessário aplicar o Fator de Correção de Temperatura (TCF), que ajusta a expectativa de fluxo. A tabela a seguir resume como a temperatura influência na performance da osmose reversa.

Parâmetro Temperatura baixa (< 15°C) Temperatura de referência (25°C) Temperatura alta (> 30°C)
Fluxo de permeado Reduzido (↓ até 30%) Nominal (referência dos fabricantes) Aumentado (↑ até 30–40%)
Pressão de operação Aumentada (↑ para manter o fluxo) Ideal Reduzida (↓ devido à menor viscosidade)
Rejeição de sais Ligeiramente aumentada (↑) Referência (ex.: 99,6%) Ligeira queda (↓ para ~98–99%)
Consumo de energia Aumentado (↑ devido à maior pressão) Nominal Reduzido (↓, se bem ajustado)
Risco de incrustação Menor (fluxo mais baixo) Controlado Maior (↑ se recuperação não for ajustada)
Vida útil da membrana Preservada Esperada (3–5 anos típicos) Reduzida (↑ degradação por calor)

3. Efeitos no desempenho

Com o aumento da temperatura, a vazão de permeado cresce devido à menor viscosidade da água, o que facilita o transporte de solvente pela membrana. No entanto, temperaturas elevadas acima de 35 °C podem acelerar a degradação do polímero da membrana (como poliamida), reduzindo sua vida útil. Em contrapartida, em temperaturas abaixo de 20 °C, o fluxo pode diminuir até 30%, exigindo maior pressão de operação e afetando o balanço energético.

4. Impacto operacional e financeiro

A operação em temperaturas mais baixas implica em aumento da pressão de alimentação para manter a vazão projetada, elevando o consumo de energia elétrica. Já temperaturas elevadas podem levar ao amolecimento do material da membrana, reduzindo sua resistência química e mecânica. Isso implica maior frequência de trocas e manutenções, impactando o custo operacional.

5. Recomendações de projeto

Para regiões com grandes variações térmicas, recomenda-se considerar a temperatura mínima esperada no local para o dimensionamento do número de elementos e da bomba de alta pressão. Quando necessário, o uso de dispositivos de pré-aquecimento ou ajuste de recuperação pode ser uma alternativa. As especificações de membranas do tipo ULP (ultra low pressure) e XLP (extreme low pressure) são relevantes para otimização de sistemas em temperaturas amenas.

6. Conclusão

O impacto da temperatura da água em sistemas de osmose reversa é significativo e não deve ser negligenciado. Considerar essa variável no projeto, operação e manutenção é importante para garantir o desempenho ideal, otimizar o consumo energético e prolongar a vida útil das membranas. 

Referência
Marques Filho, Joaquim. Osmose Reversa para Tratamento de Água e Reúso. Curso online. Hotmart.com, 2022.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

Escrito em por & arquivado em Osmose Reversa.

Acesse gratuitamente no site da International Water Association (IWA) o livro em inglês:

“Dessalinização por Osmose Reversa da Água do Mar (SWRO): Consumo de Energia em Plantas, Tecnologias Avançadas de Baixo Consumo e Desenvolvimentos Futuros para Melhoria da Eficiência Energética”.

Clique aqui para acessar: https://iwaponline.com/ebooks/book/870/Seawater-Reverse-Osmosis-SWRO-DesalinationEnergy

Sinopse do livro

O alto consumo de energia é uma questão crítica associada à dessalinização por osmose reversa da água do mar (SWRO, do inglês “Seawater Reverse Osmosis”), embora a SWRO seja considerada um dos processos mais eficientes em termos de energia para a dessalinização da água do mar.

Isso significa que a SWRO envolve uma grande quantidade de combustíveis fósseis e outras fontes de energia para a produção de água, o que impõe um impacto negativo ao meio ambiente, como a emissão de gases de efeito estufa.

Portanto, o alto consumo de energia da SWRO deve ser abordado para minimizar os impactos ambientais e permitir a exploração sustentável da água do mar. No entanto, a tendência recente do consumo de energia na SWRO parece ter atingido um ponto de saturação, que ainda é superior ao mínimo teórico de energia.

Para encontrar estratégias novas e inovadoras para reduzir o consumo atual de energia, é necessário um entendimento abrangente do uso de energia em plantas de SWRO, desde a análise teórica até o consumo real de energia em plantas reais de SWRO.

Este livro pode fornecer aos leitores informações sobre o estado atual do consumo de energia em plantas reais de SWRO, a compreensão fundamental do uso de energia nas plantas de SWRO do ponto de vista teórico, e tecnologias e processos avançados que poderiam ser aplicados para a redução de energia no futuro.

Além disso, este livro oferecerá uma metodologia detalhada para analisar questões energéticas na dessalinização da água do mar. Por meio deste livro, os leitores obterão uma visão sobre como lidar e analisar as questões energéticas na dessalinização por osmose reversa da água do mar.

Importante: na data desta publicação, o acesso ao livro estava aberto. Porém, a IWA pode suspender o acesso gratuito a qualquer momento. Então aproveite esta oportunidade o quanto antes.

osmose-reversa-planta

Escrito em por & arquivado em Osmose Reversa, Tecnologia, Tratamento de Água.

O dimensionamento de sistemas de osmose reversa é uma etapa fundamental no desenvolvimento de soluções eficientes para o tratamento de água. Um dimensionamento preciso assegura o desempenho ideal das membranas, reduz custos operacionais e prolonga a vida útil do sistema. Este artigo apresenta as etapas do dimensionamento de uma osmose reversa, abordando desde a coleta de dados de processo até a análise e otimização do sistema, destacando as interdependências entre cada fase e suas implicações práticas para diferentes aplicações, como dessalinização, reuso de efluentes e produção de água ultrapura.

1. Introdução

A osmose reversa é um processo de separação por membranas aplicado em larga escala para a remoção de sais dissolvidos, impurezas orgânicas e contaminantes da água. Seu uso abrange desde a dessalinização de água do mar até o reuso de efluentes industriais e a produção de água ultrapura para processos sensíveis. Para que o sistema atinja a eficiência esperada, é indispensável um dimensionamento cuidadoso que leve em conta múltiplas variáveis operacionais e ambientais. Cada etapa do dimensionamento impacta diretamente a performance global, tornando essencial a compreensão detalhada deste processo.

2. Etapas Detalhadas do Dimensionamento

O dimensionamento de um sistema de osmose reversa segue uma sequência lógica e integrada de dez etapas fundamentais, que garantem a eficiência e viabilidade do projeto.

2.1. Levantamento dos Dados de Processo

O primeiro passo consiste na coleta e análise dos dados de entrada. Aqui, definem-se:

  • Vazão de alimentação: Volume de água disponível para tratamento.
  • Vazão de permeado: Quantidade de água tratada requerida.
  • Qualidade da água de alimentação: Caracterização físico-química, incluindo sólidos dissolvidos totais (TDS), turbidez, presença de ferro, manganês, SDI (Silt Density Index), entre outros.
  • Qualidade desejada do permeado: Geralmente expressa em condutividade ou concentração de sais.
  • Origem da água: Água salobra, água de poço, efluente tratado ou água do mar.
  • Aplicação final da água tratada: Reuso industrial, geração de vapor, potabilização etc.

Este levantamento é crítico para definir todas as etapas subsequentes, pois cada tipo de água demanda configurações específicas.

2.2. Seleção da Configuração do Sistema

A configuração do sistema refere-se ao número de estágios e arranjos dos vasos de pressão:

  • Sistema de 1 estágio: Recuperação de até 50%, indicado para aplicações simples.
  • Sistema de 2 estágios: Recuperação entre 70% e 80%, recomendado para água salobra.
  • Sistema de 3 estágios ou mais: Utilizado em casos que exigem alta recuperação (>85%).

A escolha da configuração impacta diretamente o consumo energético e a eficiência da rejeição de sais.

2.3. Seleção da Membrana

A membrana é o coração do sistema. A seleção deve considerar:

  • Salinidade da água de alimentação
  • Rejeição de sais necessária
  • Energia requerida para operação
  • Tendência de incrustação (fouling)

Membranas para água salobra, por exemplo, têm alta rejeição e operam em pressões moderadas, enquanto membranas para água do mar suportam pressões superiores a 60 bar.

2.4. Definição do Fluxo de Projeto

Define-se o fluxo específico (litros/m²/hora), utilizando valores recomendados pelo fabricante da membrana ou por meio de testes piloto. Por exemplo, para água salobra, adota-se frequentemente 24 lmh.

pastedGraphic.png

2.5. Cálculo do Número de Elementos de Membrana

Com o fluxo e a vazão desejada, calcula-se o número de elementos necessários:

pastedGraphic_1.png

Onde:

  • N = número de elementos de membrana
  • Q = vazão de permeado (L/h)
  • F = fluxo (L/m².h)
  • A = área de cada membrana (m²)

2.6. Cálculo do Número de Vasos de Pressão

Determina-se quantos vasos de pressão serão necessários:

pastedGraphic_2.png

Onde:

  • Nv = número de vasos
  • Nm = número de membranas por vaso (tipicamente 6 para membranas de 8”)

2.7. Definição do Número de Estágios

Relaciona-se a recuperação desejada com o número de estágios:

  • Recuperações de 40–60% → 1 estágio
  • Recuperações de 70–80% → 2 estágios
  • Recuperações de 85–90% → 3 estágios

A correta definição de estágios balanceia eficiência energética e qualidade do permeado.

2.8. Relação Entre Estágios

Calcula-se a proporção de vasos por estágio, o que influencia a eficiência hidráulica e o controle da concentração salina:

pastedGraphic_3.png

Onde:

  • s = recuperação global desejada
  • n = número de estágios

2.9. Balanceamento das Vazões

Nesta etapa, ajustam-se as vazões entre os estágios para otimizar o desempenho do sistema, controlando a contrapressão e a vazão de alimentação.

Estratégias incluem:

  • Controle de válvulas de concentrado e permeado.
  • Utilização de membranas com permeabilidades diferenciadas por estágio.

2.10. Análise e Otimização

Por fim, utiliza-se software especializado, geralmente disponibilidade pelos fabricantes de membranas, para simular e otimizar o sistema completo. Esta ferramenta considera todas as variáveis, como:

  • Pressões operacionais.
  • Qualidade final do permeado.
  • Eficiência energética.
  • Dosagem de produtos químicos.

A simulação é essencial para validar o projeto antes da execução, prevenindo falhas de dimensionamento e otimizando custos.

3. Conclusão

O dimensionamento de sistemas de osmose reversa é um processo técnico e multidisciplinar que requer atenção a cada detalhe, desde a qualidade da água de alimentação até a configuração final do sistema. Um projeto bem dimensionado assegura não apenas a conformidade com as especificações de qualidade da água, mas também a eficiência energética e a longevidade dos equipamentos. O uso de ferramentas digitais de simulação complementa o processo, oferecendo maior segurança e previsibilidade na implementação dos sistemas de tratamento.

Referências Bibliográficas

MARQUES FILHO, Joaquim. Curso de Osmose Reversa. Curso online, Água Engenharia, 2022.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

Sistemas-de-Troca-Ionica

Escrito em por & arquivado em Inovação, Tratamento de Água, Troca Iônica.

A crescente demanda por soluções eficientes e sustentáveis para o tratamento de água e efluentes tem impulsionado inovações nos sistemas de troca iônica. Este artigo revisa criticamente as principais tendências que estão moldando o desenvolvimento e a aplicação desses sistemas, destacando avanços tecnológicos, integração com controles avançados, ampliação das aplicações, desenvolvimento de sistemas híbridos, ênfase na eficiência de custos, escalabilidade e conformidade regulatória. Para cada tendência, são apresentados exemplos práticos, ilustrando a aplicação real dessas inovações. O estudo reforça a relevância dos sistemas de troca iônica como ferramenta essencial para a sustentabilidade hídrica e a segurança operacional em diversos setores industriais.

1. Introdução

Os sistemas de troca iônica desempenham papel fundamental na purificação de águas e soluções químicas, garantindo a remoção de contaminantes que comprometem processos industriais e padrões sanitários. A busca por maior eficiência, sustentabilidade e conformidade regulatória tem conduzido a significativas inovações nesta tecnologia. Este trabalho revisa essas tendências e exemplifica sua aplicação no cenário atual.

2. Avanços em Tecnologia de Resinas

A evolução das resinas é fundamental para melhorar a eficiência dos sistemas de troca iônica. Por exemplo, as resinas de leito misto de alta capacidade são amplamente utilizadas em usinas nucleares para o polimento final da água ultrapura, assegurando a remoção de sílica residual e de cátions e ânions traço antes da utilização no circuito primário. Esse tipo de aplicação demonstra como resinas de última geração suportam ambientes extremos e garantem segurança operacional.

3. Sustentabilidade e Química Verde

Os fabricantes têm desenvolvido resinas que necessitam menor consumo de produtos químicos, reduzindo o impacto ambiental. Um exemplo prático é a utilização dessas resinas em estações de tratamento de águas municipais na Alemanha, onde o processo de regeneração consome menos ácido e soda cáustica, reduzindo tanto os custos operacionais quanto o volume de efluentes gerados.

4. Integração com Sistemas de Monitoramento e Controle

Em grandes indústrias farmacêuticas, sistemas de troca iônica são integrados com sensores de condutividade e plataformas de automação. Isso permite que operadores monitorem continuamente a qualidade da água para injetáveis (WFI), assegurando conformidade com padrões como a Farmacopeia Europeia, e evitando a necessidade de intervenções manuais frequentes.

5. Expansão para Novas Aplicações Industriais

No setor alimentício, fabricantes de sucos cítricos empregam troca iônica para reduzir a acidez e remover cor indesejada de seus concentrados, garantindo um produto mais estável e agradável ao consumidor. Um exemplo é a aplicação na produção de suco de maçã clarificado, onde resinas catiônicas ajudam a remover excesso de potássio e cálcio.

6. Desenvolvimento de Sistemas Híbridos

Em plantas de dessalinização, por exemplo, combinam troca iônica com osmose reversa para maximizar a eficiência na produção de água potável a partir de fontes salobras. Esta abordagem híbrida permite alcançar qualidade de água potável superior aos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS), com eficiência energética aprimorada.

7. Ênfase na Eficiência de Custos e Escalabilidade

Empresas de pequeno e médio porte do setor têxtil na Índia têm adotado sistemas modulares de troca iônica para o reuso de água em processos de tingimento, diminuindo significativamente os custos operacionais. Com soluções escaláveis, essas empresas ajustam os volumes tratados conforme a produção, sem necessidade de grandes investimentos iniciais.

8. Conformidade com Normas Regulamentares

Nos Estados Unidos, o setor de tratamento de águas subterrâneas contaminadas por nitratos tem recorrido a sistemas de troca iônica para atender aos limites impostos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA). Um exemplo é a aplicação na Califórnia, onde sistemas dedicados garantem que a água distribuída a comunidades agrícolas atenda aos rígidos padrões de potabilidade.

9. Conclusão

As tendências atuais dos sistemas de troca iônica apontam para soluções cada vez mais eficientes, sustentáveis e adaptáveis. Os exemplos práticos abordados evidenciam como diferentes setores já se beneficiam dessas inovações, garantindo não apenas conformidade regulatória, mas também ganhos econômicos e ambientais. Diante dos desafios globais relacionados à água, os sistemas de troca iônica consolidam-se como componentes essenciais para a resiliência hídrica e a excelência operacional.

10. Referências Bibliográficas

VERIFIED MARKET REPORTS. Top 7 Trends In Ion Exchange Systems. Disponível em: https://www.verifiedmarketreports.com/blog/top-7-trends-in-ion-exchange-systems/. Acesso em: 06 abr. 2025.

UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. National Primary Drinking Water Regulations. Disponível em: https://www.epa.gov/ground-water-and-drinking-water

WHO. Guidelines for Drinking-water Quality. 4th edition, World Health Organization, 2022.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

tratamento-de-agua-e-reuso

Escrito em por & arquivado em Osmose Reversa, Tratamento de Água, Ultrafiltração.

Introdução

A ultrafiltração é um processo de separação que utiliza membranas semipermeáveis para remover partículas, microrganismos e macromoléculas da água, proporcionando um permeado de alta qualidade. Essa tecnologia é amplamente empregada em diversas aplicações, como a produção de água potável, tratamento de água para uso industrial e reúso de efluentes domésticos e industriais. A eficiência da ultrafiltração em remover sólidos em suspensão, turbidez, bactérias e vírus a torna uma alternativa vantajosa em comparação aos métodos convencionais de tratamento de água. Este artigo explora o conceito de ultrafiltração, suas características, desempenho e aplicações.

1. Definição e Princípios da Ultrafiltração

A ultrafiltração é um processo físico que se baseia na separação de componentes de uma solução por meio de membranas semipermeáveis, impulsionada por forças de pressão ou gradientes de concentração. As membranas de ultrafiltração possuem poros com diâmetros entre 0,01 e 0,1 micrômetro, permitindo a passagem de água e íons dissolvidos de baixo peso molecular, enquanto retêm partículas, bactérias e vírus.

A força motriz que promove a separação é a pressão transmembrana (TMP), que é a diferença entre a pressão aplicada na entrada da membrana e a pressão no lado do permeado. Esse mecanismo faz com que os contaminantes fiquem retidos na superfície da membrana, formando uma camada que pode ser removida por processos de retro lavagem (backwash).

A membrana utilizada na ultrafiltração é uma fina camada semipermeável que atua como uma barreira física para contaminantes com base em suas propriedades físico-químicas, como tamanho e carga elétrica. A eficiência da membrana está diretamente relacionada à sua composição, formato e configuração operacional.

2. Desempenho e Parâmetros Operacionais

A ultrafiltração é altamente eficaz na remoção de impurezas e microrganismos, resultando em um permeado de excelente qualidade. Os principais parâmetros de desempenho da ultrafiltração incluem:

  • Sólidos em suspensão: < 0,1 mg/L
  • Turbidez: < 0,2 NTU
  • Remoção de bactérias: 99,9999% (redução logarítmica de log6)
  • Remoção de vírus: 99,99% (redução logarítmica de log4)
  • Índice de densidade de silte (SDI): < 3

Estudos realizados com efluentes industriais e domésticos tratados por ultrafiltração demonstram resultados consistentes de remoção de contaminantes. Testes com efluente tratado de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) municipal apresentaram:

  • Turbidez: de 11 NTU para 0,13 NTU (99% de remoção).
  • Demanda Química de Oxigênio (DQO): de 63 mg/L para 20 mg/L (68% de remoção).
  • E. Coli: de 2,17 x 10⁵ NMP/100 ml para 0 NMP/100 ml (100% de remoção).

A qualidade da água permeada é independente da qualidade da água bruta, o que proporciona estabilidade nos resultados mesmo diante de variações nas características da água de alimentação.

3. Características e Benefícios da Ultrafiltração

A ultrafiltração oferece vantagens técnicas e econômicas em relação a métodos convencionais de tratamento de água. Entre suas principais características, destacam-se:

  • Remoção eficiente de sólidos em suspensão, coloides e matéria orgânica.
  • Barreira física contra a passagem de microrganismos, incluindo bactérias e vírus.
  • Qualidade consistente da água tratada, mesmo em condições variáveis de alimentação.
  • Redução no consumo de produtos químicos e energia.
  • Menor área ocupada em comparação com sistemas convencionais.
  • Possibilidade de reúso da água tratada para fins industriais, domésticos e potáveis.

Estudos comparativos demonstram que a ultrafiltração proporciona:

  • Redução no custo da água tratada – até cinco vezes menor em relação ao tratamento convencional.
  • Redução no consumo de produtos químicos – até dez vezes menos produtos utilizados.
  • Redução na área instalada – ocupação de espaço até três vezes menor.
  • Redução no consumo de água para retro lavagem – até 50% de economia.
  • Redução no consumo de energia – até duas vezes menos energia necessária.

4. Tipos de Membranas e Configurações

A ultrafiltração pode ser configurada de diferentes formas, dependendo das características da água de alimentação e dos objetivos de tratamento.

4.1. Sentido de Filtração

Existem dois principais sentidos de filtração:

  • Inside-out (de dentro para fora):
    • Maior vazão de retro lavagem.
    • Maior necessidade de pré-tratamento e consumo de químicos.
    • Maior fluxo de permeado.
  • Outside-in (de fora para dentro):
    • Retro lavagem combinada com limpeza por ar.
    • Menor vazão de retro lavagem.
    • Menor consumo de energia.

4.2. Formato das Membranas

O formato mais utilizado na ultrafiltração é o de fibra oca (hollow fiber), que oferece alta densidade de empacotamento e resistência mecânica bidirecional.

4.3. Materiais das Membranas

As membranas de ultrafiltração podem ser fabricadas com diferentes materiais, como:

  • PES (Polietersulfona) – Alta permeabilidade, resistência química e estabilidade em faixas amplas de pH.
  • PVDF (Polifluoreto de vinilideno) – Maior resistência química, facilidade de limpeza e resistência ao cloro.

4.4. Tipos de Filtração

  • Dead-end (axial) – O fluxo é direto, com acúmulo de resíduos na superfície da membrana.
  • Cross-flow (tangencial) – O fluxo ocorre de maneira tangencial à superfície da membrana, reduzindo o acúmulo de resíduos e prolongando a vida útil do sistema.

5. Aplicações da Ultrafiltração

A tecnologia de ultrafiltração é amplamente utilizada em diversas indústrias e setores, incluindo:

  • Produção de água potável – Tratamento de águas superficiais e subterrâneas para abastecimento público.
  • Tratamento de água para indústria – Produção de água para processos industriais e geração de energia.
  • Pré-tratamento para osmose reversa – Proteção das membranas de osmose reversa contra incrustações.
  • Reúso de efluentes industriais e domésticos – Reutilização de efluentes tratados para fins industriais e agrícolas.

Exemplos práticos de aplicação incluem:

  • ETA Lago Norte (Brasília/DF) – Sistema de ultrafiltração para tratamento de água potável.
  • Coca-Cola (Maringá/PR) – Tratamento de água para fabricação de bebidas.
  • Ceitec (Porto Alegre/RS) – Pré-tratamento de osmose reversa, para produção de água ultrapura. 
  • Laboratórios Sabin (Brasília/DF) – Pré-tratamento de água de poço para alimentação de osmose reversa. 

6. Conclusão

A ultrafiltração é uma tecnologia eficaz e confiável para o tratamento de água e reúso, oferecendo resultados consistentes de remoção de contaminantes e produção de água de alta qualidade. Sua capacidade de operar em condições variáveis, aliada à redução no consumo de químicos, energia e espaço físico, torna a ultrafiltração uma solução viável para aplicações industriais e domésticas. A evolução contínua dos materiais e configurações de membranas reforça o papel da ultrafiltração como uma solução sustentável e econômica para os desafios no tratamento de água e reúso.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

 

elemento alcalino

Escrito em por & arquivado em Filtro, Informação, Produto.

O elemento alcalino tem um papel importante em diferentes aplicações para o tratamento de água potável e águas industriais. Apesar disso, e da importância da água alcalina para a saúde humana, a maioria das pessoas desconhece esse elemento, suas características e funções.

Mas, a verdade é que esse é um conhecimento importante para todas as pessoas, pois a água alcalina tem importantes benefícios para a saúde. Além disso, para quem trabalha com tratamento de água, tem uma indústria onde a água alcalina é necessária, ou precisa indicar os melhores produtos para seus clientes como revendedor, entender o que é o elemento alcalino, para que ele serve e como funciona, é fundamental.

Pensando nisso, e em promover uma maior conscientização sobre a importância da qualidade da água, preparamos esse artigo. Continue lendo e saiba mais sobre esse elemento filtrante e suas aplicações!

O que é elemento alcalino?

O elemento alcalino é um elemento filtrante com propriedades que deixam a água alcalina, pois eleva o seu pH e enrique a água com sais minerais. Normalmente, a água que bebemos tem um pH neutro, na altura de 7. Mas, a água alcalina tem um pH maior, entre 8 a 10.

Vale dizer que pH é uma escala logarítmica baseada na concentração de íons hidrogênio em uma solução, onde 7 é considerado neutro, concentrações abaixo de 7 são ácidas, e concentrações acima de 7 são alcalinas (bases).

A água alcalina apresenta diversos benefícios, incluindo:

  • Ajuda a balancear o pH corporal, neutralizando a acidez;
  • É uma água de maior qualidade, rica em sais minerais importantes para o corpo;
  • O organismo absorve a água alcalina mais rápido, então ela é mais eficaz para hidratação.

Além disso, o elemento filtrante alcalino também podem realizar a remoção do cloro livre da água, e deixar a água com condutividade alta, o que resulta em tensão mais baixa e efeito antioxidante.

Para que serve o elemento alcalino no tratamento de água?

A principal função do elemento alcalino é tornar a água menos ácida. Esse processo é importante, pois algumas fontes de água natural podem apresentar um pH ácido, sendo imprópria para consumo e uso industrial.

Assim sendo, é preciso reduzir essa acidez, aumentando a alcalinidade da água, para que ela se torne potável ou própria para fins industriais. Da mesma forma, outras fontes de água podem ser ácidas devido à contaminação ambiental, e apresentar a mesma necessidade de alcalinização.

Como funciona o elemento alcalino no tratamento de água?

Como funciona o elemento alcalino no tratamento de água

O elemento alcalino funciona como elemento filtrante em sistemas de filtração com objetivo de deixar a água alcalina. Para isso, os íons de hidrogênio da água são trocados por íons de cálcio, magnésio, potássio e sódio, em um processo de troca iônica.

Além disso, não existe um único tipo desse elemento, mas vários disponíveis no mercado. Eles podem, inclusive, ter propriedades adicionais.

Aqui na BBI filtração, temos uma linha com 3 elementos alcalinos:

  • Elemento alcalino – Linha Alkablock: aumenta o pH da água, resultando em ORP negativo, e deixa a água rica em sais minerais essenciais.
  • Elemento Filtrante Alkablock – Carbon Block Alcalino – Cartucho: refil que eleva o pH da água, remove o cloro livre, enrique com sais minerais essenciais e deixa a água com alta condutividade.
  • Elemento Filtrante Alkablock – Carbon Block Alcalino – Engate Rápido: possui eficiência na remoção de cloro livre, eleva o pH e enrique a água com sais minerais, além de deixá-la com alta condutividade.

Para conhecer mais sobre a linha de elementos alcalinos BBI Filtração clique aqui.

Aplicações industriais da água alcalina

No setor industrial, a água alcalina tem várias aplicações, especialmente em indústrias onde os parâmetros de qualidade da água são mais rigorosos. Na indústria de alimentos e bebidas, por exemplo, a água alcalina pode ser utilizada na produção de bebidas, como sucos e refrigerantes, para equilibrar o sabor e melhorar a consistência do produto final.

Essa água também é eficaz em remover resíduos e impurezas de equipamentos e superfícies de maneira mais eficiente. Por isso, é empregada em processos de limpeza e desinfecção. O que resulta em uma redução do uso de produtos químicos agressivos para essa finalidade.

Devido as suas propriedades, a água alcalina também é utilizada no tratamento de águas residuais que apresentam baixo pH devido a contaminantes, provenientes de indústrias ou de processos urbanos. Nesse contexto, contribui para deixar o pH menos ácido, mais próximo ao pH neutro da água potável.

Além disso, a água alcalina é importante para alguns usos no setor farmacêutico e químico, onde ela pode ser necessária para ajustar o pH de algumas soluções. E é empregada em sistemas de refrigeração, já que é melhor que outros tipos de águas para o funcionamento desses sistemas, aumentando seu desempenho e diminuindo a corrosão.

Conclusão

Agora que você conhece os benefícios da água alcalina e o que é o elemento alcalino, é muito mais simples compreender as amplas aplicações e usos desse elemento em diferentes contextos de tratamento de água. Inclusive, com benefícios para a saúde humana, e para o próprio meio ambiente, ao enriquecer a água com sais minerais, e melhorar a qualidade de águas residuais.

Gostaria de ter esse produto na sua indústria ou revender para seus clientes? Entre em contato, estamos à disposição para melhor atendê-lo!