Crepinas para tanques de fibra

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Nesse post, vamos falar sobre o que são crepinas para tanques de fibra, e qual a sua utilidade prática. Quem já trabalhou com tanques de fibra de vidro, ou está precisando trabalhar com eles, provavelmente já se deparou com o termo crepinas. Embora esse componente seja uma peça simples, ele desempenha um papel essencial na eficiência e durabilidade do seu equipamento.

De forma resumida, podemos dizer que as crepinas são usadas para filtrar e distribuir a água, mas existem muitas outras informações importantes que é preciso saber para entender a importância desse componente. Por exemplo, suas aplicações em sistemas de filtragem de água, e filtragem de águas industriais para diferentes processos.

Então, se você quer saber mais sobre o que são as crepinas para tanques de fibras e sua utilidade, para oferecer os produtos certos para seus clientes, ou encontrar as melhores soluções para a sua indústria, esse artigo foi feito para você! Continue lendo e aproveite as dicas!

O que são crepinas para tanques de fibra?

As crepinas para tanques de fibra são um elemento que vai dentro do tanque, e apresenta uma função importante: reter impurezas da água para permitir a passagem apenas do líquido purificado. Dessa forma, é possível garantir que a água filtrada não será contaminada e estará com qualidade necessária para os processos aos quais se destina.

As crepinas são fabricadas em aço inoxidável ou plástico, projetadas com pequenos orifícios ou perfurações que permitem filtrar partículas sólidas da água. Na prática, podem variar em tamanho, a depender do tipo de tanque de fibra utilizado, e das necessidades específicas do sistema de filtração.

Além disso, as crepinas também possuem grande capacidade de resistência a pressão, o que possibilita a fácil limpeza do meio filtrante, sempre que isso for necessário.

Na BBI Filtração, temos crepinas feitas de polipropileno, um termoplástico muito resistente e versátil. Para saber mais sobre as crepinas BBI, clique aqui.

Quando usar crepinas para tanques de fibra?

As crepinas são componentes essenciais em sistemas de tratamento de águas e em aplicações industriais que exigem filtragem eficiente e distribuição uniforme de líquidos. Em essência, as crepinas são difusores instalados na base dos filtros em sistemas de tratamento de água. Sua função principal é reter o material filtrante dentro do filtro, permitindo que apenas a água passe através de suas aberturas.

Em sistemas industriais, elas ajudam a impedir que sedimentos e detritos causem obstruções, garantindo uma operação contínua e eficiente. Por exemplo, asseguram que a água processada atenda aos padrões necessários, filtrando resíduos e partículas que poderiam comprometer a operação.

Mas, as crepinas para tanques de fibra também possuem outras aplicações práticas:

  • São componentes de filtragem de água para sistemas de tratamento de água potável.
  • São utilizadas em sistemas de filtragem em estações de tratamento de águas residuais.
  • Para filtros de piscina de grande porte.
  • Em sistemas de dessalinização da água.
  • Em tanques de processamento industrial de líquidos.
  • Para sistemas de irrigação agrícola.
  • Sistemas de filtragem em indústrias químicas.
  • Filtros de tanques utilizados em processos da indústria de alimentos e bebidas.
  • Em sistemas de filtragem de aquários de grande capacidade.

Benefícios

Benefícios das crepinas

Um dos principais benefícios é a capacidade de garantir uma filtragem eficiente. Como explicamos, as crepinas são projetadas para reter o material filtrante, permitindo que apenas a água limpa passe através das suas pequenas aberturas. Isso é necessário para garantir a qualidade da água tratada, além de contribuir para proteger os componentes internos do tanque contra danos e entupimentos.

Outro benefício do uso das crepinas em tanques de fibra é a uniformidade da distribuição de água dentro do tanque. O que é essencial para evitar pontos de pressão elevados que podem desgastar o sistema prematuramente. Afinal, com a distribuição uniforme da água, o tanque opera de forma constante, e com maior suavidade.

As crepinas também são conhecidas pela sua durabilidade, suportando ambientes rigorosos e condições adversas sem corroer. Pois, o polipropileno, ou o aço inoxidável, materiais de fabricação desses componentes, são materiais resistentes, duráveis e fácil manutenção.

E não podemos esquecer da sua versatilidade, que inclui usos desde o tratamento de água, até aplicações industriais e agrícolas.

Qual a função do tanque de fibra que envolve a crepina?

O tanque de fibra é projetado para suportar pressões elevadas e proteger o sistema interno contra danos externos e contaminações. Sua principal função é conter de forma adequada os líquidos dentro dele, suportando as pressões necessárias para a operação do sistema de filtragem instalado.

Além disso, o tanque proporciona a estrutura necessária para que a crepina opere de maneira eficiente. Pois, mantém o material filtrante no lugar, permitindo que a crepina retenha partículas indesejadas e permita a passagem de água limpa.

Você pode conhecer os tanques de fibra da BBI Filtração nesse link. Eles são adequados para uma boa variedade de sistemas utilizando crepinas.

Conclusão

As crepinas para tanques de fibra são componentes indispensáveis para realizar filtragem e tratamento de água em diferentes contextos. Então, se você está interessado em adquirir crepinas e tanques de fibra para sua indústria ou revender para seus clientes, entre em contato! A BBI Filtração tem produtos de qualidade e está à disposição para melhor atendê-lo!

O que é polipropileno

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Você sabe o que é polipropileno? A sociedade moderna atual tem uma infinidade de materiais disponíveis para as mais variadas aplicações. Dessa forma, vários processos necessários para a nossa vida diária são otimizados com facilidade, incluindo o tratamento de água potável e o tratamento de águas industriais.

O polipropileno (pp) é um desses materiais, que apresenta diversas características úteis, sendo versátil, leve e durável, ideal para uma ampla variedade de aplicações. Apesar disso, seu nome é complicado, e quando se fala em polipropileno a maioria das pessoas não faz ideia de que tipo de material seja, nem da sua utilidade.

Mas, é muito importante, especialmente para indústrias e revendedores de produtos industriais, entender o que é o polipropileno, para que ele serve e suas aplicações na produção de equipamentos para o setor. Em especial, para o tratamento de águas e efluentes, onde é amplamente empregado em sistemas de filtração.

Quer saber mais? Continue lendo!

O que é polipropileno?

O polipropileno é um material que pertence a um grupo de plásticos chamados poliolefinas. Estruturalmente, é semelhante ao polietileno, mas se diferencia por ter um grupo metil ligado a cada segundo átomo de carbono na cadeia principal.

Ou seja, é um tipo de plástico muito versátil, que apresenta propriedades muito interessantes. Confira:

Boa resistência química

O polipropileno não reage com ácidos diluídos e bases, fazendo com que ele seja uma escolha apropriada para fabricar recipientes destinados a conter esse tipo de substância.

Resistente a fadiga

Mesmo após muita flexão, dobra ou torção, o polipropileno é capaz de manter a sua forma, o que faz com ele seja um material conhecido pela sua resistência e durabilidade.

Possui boa tenacidade e elasticidade

O polipropileno é considerado um material com boa elasticidade e tenacidade porque suas longas cadeias poliméricas permitem que ele se deforme sob tensão e retorne à forma original sem se romper, resultando em um bom efeito dobradiça. Além disso, possui uma boa resistência a impactos, sendo ideal para aplicações que exigem flexibilidade e resistência.

Resistência a eletricidade e transparência

Outra característica do polipropileno é a sua alta resistência a eletricidade, o que também o torna útil em aplicações com componentes eletrônicos.

O pp também pode ser transparente, embora seja normalmente feito para ter uma aparência opaca. Dessa forma, ele é um ótimo material para aplicações que exijam a passagem de luz, ou que tenham finalidade estética.

O que é polipropileno e para que serve?

O que é polipropileno e para que serve

O polipropileno é um material muito versátil, um termoplástico, que pode ser moldado e remodelado várias vezes, quando aquecido, sem se deformar, sendo útil para aplicações variadas, incluindo:

  • Embalagens de alimentos;
  • Suprimentos médicos;
  • Cadeiras e outros móveis de plástico;
  • Brinquedos variados;
  • Eletrodomésticos;
  • Tupperware;
  • Peças automotivas;
  • Tampas de embalagem de refrigerante;
  • Sacos para grãos, etc.

Tratamento de água e águas industriais

Esse material também possui aplicações variadas em equipamentos para o tratamento de água e águas industriais. Por exemplo, ele é comumente utilizado na fabricação de elementos filtrantes, como cartuchos e mídias filtrantes, e para fabricar membranas de osmose reversa, pois resiste bem à corrosão e ao ataque de agentes químicos presentes na água.

É também é usado em:

  • Tanques de sedimentação e processos de flotação, como em estações de tratamento de águas residuais.
  • Filtros e reatores para remover impurezas e substâncias contaminantes, para o tratamento de águas industriais.
  • Em diversos tipos de filtros e unidades de desinfecção, para purificar água para o consumo humano ou uso nas indústrias.
  • Para a fabricação de tubos, conexões e sistemas de condução de água, inclusive em sistemas de aquecimento de água, deviso a sua boa resistência térmica.

Aqui na BBI Filtração, temos diversos materiais para aplicações variadas em polipropileno, que você confere nesse link.

Quais os benefícios de escolher o polipropileno?

Em nossa sociedade, os plásticos estão entre os materiais mais abundantes, e versáteis. Logo, quando você escolhe o tipo certo de plástico para sua produção, é possível melhorar a sua eficiência produtiva e a qualidade do seu produto final.

Nesse contexto, compreender o que é polipropileno e para que serve, faz com que seja evidente que esse material possui vários benefícios. Em primeiro lugar, devido à sua durabilidade e versatilidade, é possível produzir uma variedade extensa de peças, itens e produtos de forma altamente eficiente com o pp.

Além disso, como esse material tem boa adaptabilidade para o processo de moldagem por injeção, ele é ideal para quem precisa fazer camadas muito finas de plástico.

E se você tem uma indústria que precisa fazer o tratamento da água, por exemplo, por osmose reversa, ou outro meio de filtração, o polipropileno é uma escolha versátil, resistente e durável, para uma variedade de filtros e processos.

Conclusão

O polipropileno é realmente uma ótima opção para indústrias de diferentes setores, desde a farmacêutica e da indústria de alimentos e bebidas, até as indústrias químicas e de eletrônicos. Afinal, suas propriedades de resistência, resistência térmica e elétrica, tenacidade, elasticidade, entre outras, o tornam uma escolha estratégica para diversas finalidades.

Ficou interessado em adquirir peças de polipropileno para seu filtro ou sistema de tratamento de água? Entre em contato, estamos à disposição para melhor atendê-lo!

O que é removedor de ferro e manganês

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No artigo de hoje, vamos entender melhor o que é removedor de ferro e manganês. Isso é relevante por diferentes motivos. Em primeiro lugar, garantir que a água que consumimos diariamente seja segura e livre de impurezas é essencial para a nossa saúde e bem-estar.

Além disso, muitas indústrias precisam que a água que utilizam seja livre de ferro e manganês para poder ser empregada em seus processos industriais. Caso contrário, tanto a operação de seus equipamentos, quanto a qualidade do produto final, podem ser comprometidas.

Logo, é muito importante contar com meios eficientes na remoção desses metais da água. Continue lendo para saber mais sobre o que é removedor de ferro e manganês, como funciona e quais seus benefícios e aplicações, tanto para o tratamento de água potável, quanto para o tratamento de águas industriais.

O que é removedor de ferro e manganês?

O filtro removedor de ferro e manganês é um equipamento que realiza a remoção desses metais da água, deixando suas quantidades em níveis adequados para o uso ao qual se destina, seja para consumo humano, seja para uso industrial.

A água proveniente de poços e reservatórios frequentemente apresenta contaminação por ferro e manganês, resultando em uma coloração turva e um sabor metálico desagradável. No entanto, é possível purificar essa água utilizando filtros específicos para a remoção desses elementos.

Mas, esse processo requer um removedor adequado.

Como funciona o filtro removedor de ferro e manganês?

Um filtro removedor de ferro e manganês pode ter diferentes etapas de filtração, dependendo das tecnologias empregadas. Mas, de forma geral, o processo envolve:

1. Oxidação

Nessa fase, a água passa por um tanque onde é exposta a um agente oxidante, como cloro, permanganato de potássio, ozônio ou oxigênio. Isso porque, o ferro e o manganês normalmente estão presentes na água no formato de íons, e é preciso convertê-los em partículas sólidas para fazer a sua remoção.

2. Filtração

Em seguida, é utilizado um meio filtrante removedor de ferro e manganês, como esse aqui, que a BBI Filtração disponibiliza para seus clientes e revendedores. O objetivo é reter as partículas sólidas de ferro e manganês, deixando passar a água purificada para a próxima etapa.

Os meios filtrantes mais utilizados nesse processo incluem areia, antracito ou meios filtrantes especiais, especialmente projetados para oxidar e filtrar esses metais com facilidade. E a escolha deve ser feita conforme o nível de purificação desejado.

Por exemplo, águas industriais podem precisar da remoção completa do ferro e do manganês da água. Mas, para a produção de água potável, é preciso deixar os níveis desses metais em concentrações adequadas, já que a água pura não é própria para o consumo.

3. Retenção

Enquanto a água passa pelo meio filtrante removedor de ferro e manganês, as partículas oxidadas desses elementos são capturadas pelo filtro, permitindo que a água purificada siga para o tanque de armazenamento ou para o sistema de distribuição. Essa é a etapa de retenção.

4. Regeneração e manutenção

O meio filtrante precisa ser regenerado periodicamente, para recuperar suas propriedades removedoras de ferro e manganês. Para isso, é possível utilizar um processo de retrolavagem, passando a água em sentido inverso pelo filtro.

Além disso, a eficácia do filtro deve ser monitorada, por exemplo, através de testes da qualidade da água, verificação do filtro e troca ou regeneração do meio filtrante quando necessário.

Problemas causados pelo acúmulo de ferro e manganês

Problemas causados pelo acúmulo de ferro e manganês

O uso de um removedor de ferro e manganês pode ser necessário, pois a sua presença em excesso na água pode causar uma variedade de problemas, tanto para a saúde humana, quanto para equipamentos industriais. Confira:

  • Causa manchas em tecidos e peças de porcelanas.
  • Deixa a água com uma com cor turva, imprópria para o consumo.
  • A água fica com odor e sabor metálico.
  • Danifica equipamentos industriais ao se acumular no seu interior.
  • Da mesma forma, danifica e reduz a vida útil de encanamentos e equipamentos domésticos.
  • É prejudicial para peixes e outros animais.
  • Podem entupir e danificar sistemas de irrigação agrícola.
  • Podem causar problemas de saúde, quando ingeridos em altas concentrações.

Benefícios e aplicações

O uso do removedor de ferro e manganês traz diversos benefícios, tanto para indústrias, quanto para o tratamento de água potável, incluindo:

  • Deixa a água potável, sem cheiro, cor ou sabor.
  • Previne manchas em louças e outros itens domésticos.
  • Aumenta a durabilidade de equipamentos industriais e eletrodomésticos.
  • Previne obstruções em filtros e tubulações.
  • Melhora a eficiência de diferentes processos industriais.
  • Protege sistemas de irrigação, melhorando a eficiência nos cultivos.
  • Permite que a indústria cumpra normas ambientais e de saúde.

Devido aos seus benefícios, o removedor de ferro e manganês possui variadas aplicações. Por exemplo, ele é empregado para produzir água potável em estações de tratamento de água, mas também é utilizado nas indústrias farmacêutica e alimentícia, para garantir a pureza e segurança dos produtos. Além de ser empregado em hospitais, laboratórios, cozinhas industriais, bem como na produção têxtil e em sistemas de caldeiras, protegendo equipamentos contra corrosão e obstruções.

Conclusão

Agora que você sabe o que é removedor de ferro e manganês, como funciona, e conhece seus benefícios e aplicações, saiba que na BBI Filtração você encontra tudo o que precisa para montar o seu filtro, desde o elemento filtrante, até tanques de fibra de vidro para contenção, válvulas e outros catalisadores, como o carvão ativado.

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Escrito em por & arquivado em Osmose Reversa, Tratamento de Água.

Resumo

A presença de micropoluentes emergentes, como resíduos farmacêuticos, hormônios e produtos químicos industriais, tem se tornado uma preocupação crescente na qualidade da água potável e na preservação ambiental. Esses contaminantes, mesmo em concentrações muito baixas, podem ter efeitos adversos na saúde humana e nos ecossistemas. A osmose reversa tem se destacado como uma tecnologia eficaz na remoção desses micropoluentes devido à sua capacidade de rejeitar solutos de baixo peso molecular e íons. Este artigo explora o papel da osmose reversa na remoção de micropoluentes emergentes, analisando sua eficiência, mecanismos de separação e limitações operacionais. Além disso, são discutidas estratégias para aprimorar o desempenho dos sistemas de osmose reversa na remoção desses contaminantes.

1. Introdução

Nos últimos anos, a contaminação da água por micropoluentes emergentes tem gerado preocupações ambientais e de saúde pública. Micropoluentes emergentes são compostos orgânicos e inorgânicos presentes na água em concentrações traço (geralmente na faixa de nanogramas a microgramas por litro) que podem incluir:

  • Resíduos farmacêuticos (antibióticos, analgésicos, antidepressivos)
  • Hormônios naturais e sintéticos
  • Pesticidas e herbicidas
  • Produtos químicos industriais (como surfactantes e plastificantes)

A presença desses compostos na água potável tem sido associada a efeitos endócrinos, resistência antimicrobiana e impactos em ecossistemas aquáticos. Os processos convencionais de tratamento de água, como coagulação, floculação, sedimentação e filtração, não são suficientes para remover eficazmente muitos desses compostos. Nesse contexto, a osmose reversa tem sido considerada uma solução promissora devido à sua capacidade de remoção de partículas em escala molecular.

2. Princípios da Osmose Reversa na Remoção de Micropoluentes

A osmose reversa é um processo de separação baseado em uma membrana semipermeável que opera sob alta pressão para permitir a passagem de água enquanto retém íons, moléculas orgânicas e partículas em suspensão. O processo ocorre em três etapas principais:

  1. Pressurização: A água bruta é pressurizada para superar a pressão osmótica natural.
  2. Rejeição de solutos: A membrana semipermeável bloqueia a passagem de íons, moléculas orgânicas e partículas.
  3. Coleta de permeado: A água tratada (permeado) é coletada, enquanto os rejeitos concentrados são descartados.

A eficiência da osmose reversa na remoção de micropoluentes depende de fatores como:

  • Tamanho e estrutura molecular dos contaminantes
  • Polaridade e carga elétrica
  • Interação com a matriz da membrana

Estudos mostram que compostos de massa molecular acima de 100–200 Daltons (Da) e com baixa polaridade têm maior probabilidade de serem eficientemente removidos pelas membranas de osmose reversa.

3. Eficiência na Remoção de Diferentes Tipos de Micropoluentes

3.1. Resíduos Farmacêuticos

Estudos têm demonstrado que a osmose reversa é capaz de remover mais de 95% de compostos farmacêuticos, como ibuprofeno, diclofenaco e paracetamol. A baixa polaridade e o tamanho molecular relativamente pequeno desses compostos facilitam a rejeição pela membrana.

3.2. Hormônios

Hormônios naturais e sintéticos, como o estradiol e o etinilestradiol, também são removidos com alta eficiência (acima de 90%) devido à sua hidrofobicidade e estrutura molecular complexa, que limitam a difusão pela membrana.

3.3. Produtos Químicos Industriais

Compostos como bisfenol A (BPA), ftalatos e surfactantes podem ser rejeitados com taxas superiores a 90%, dependendo das características da membrana e das condições operacionais (pressão, pH e temperatura).

4. Fatores que Afetam o Desempenho da Osmose Reversa

4.1. Condições Operacionais

  • Pressão: A eficiência da osmose reversa aumenta com o aumento da pressão operacional, que impulsiona a passagem da água pela membrana e facilita a rejeição de micropoluentes.
  • pH e temperatura: Condições extremas de pH e altas temperaturas podem degradar a membrana e reduzir a eficiência de remoção.
  • Fouling (incrustação): A formação de biofilme, incrustações minerais e colmatagem por matéria orgânica pode reduzir a vida útil e a eficiência da membrana.

4.2. Propriedades da Membrana

  • Material: Membranas de poliamida têm demonstrado maior eficiência na rejeição de micropoluentes em comparação com membranas de acetato de celulose.
  • Porosidade e carga superficial: Membranas com maior densidade e carga negativa apresentam maior rejeição de moléculas orgânicas e íons.

5. Desafios e Limitações

Apesar da alta eficiência, a osmose reversa apresenta desafios operacionais e ambientais:

  • Descarga de rejeito concentrado: O concentrado rico em micropoluentes e sais descartado durante o processo requer tratamento adequado para evitar impactos ambientais.
  • Consumo de energia: A alta pressão operacional eleva o consumo energético, aumentando os custos de operação.
  • Degradação de membranas: As membranas de osmose reversa tem vida útil de 3 a 5 anos em média. 

6. Estratégias para Aprimorar a Remoção de Micropoluentes

  • Pós-tratamento da água: A utilização de processos de oxidação avançada (como ozonização e radiação UV) após a osmose reversa pode melhorar a eficiência de remoção de compostos persistentes.
  • Combinação com outras tecnologias: Sistemas híbridos que combinam osmose reversa com ultrafiltração, nanofiltração e carvão ativado podem aumentar a eficiência de remoção de micropoluentes.
  • Desenvolvimento de membranas avançadas: Membranas modificadas com materiais nanoestruturados (como grafeno) apresentam maior resistência química e melhor seletividade para micropoluentes específicos.

7. Conclusão

A osmose reversa é uma tecnologia eficaz na remoção de micropoluentes emergentes, proporcionando uma barreira física eficiente contra resíduos farmacêuticos, hormônios e produtos químicos industriais. A eficiência do processo depende de fatores como propriedades da membrana, condições operacionais e tipo de micropoluente. Apesar dos desafios operacionais e energéticos, estratégias como o pré-tratamento da água, a combinação com outras tecnologias e o desenvolvimento de novas membranas podem aumentar o desempenho e viabilidade econômica da osmose reversa em estações de tratamento de água.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

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Escrito em por & arquivado em Tratamento de Água, Troca Iônica.

As resinas de troca iônica são uma das principais tecnologias no tratamento de água e na remoção de poluentes, oferecendo uma alternativa eficiente para a purificação de água. Essas resinas são polímeros porosos de alto peso molecular que contêm grupos funcionais capazes de trocar íons com soluções aquosas. O presente artigo discute suas aplicações, vantagens e desafios, baseando-se em estudos recentes.

Características das Resinas de Troca Iônica

As resinas de troca iônica são classificadas em dois principais tipos:

  • Resinas catiônicas: Trocam íons positivos, como cálcio e magnésio, por sódio ou hidrônio (H3O+).
  • Resinas aniônicas: Substituem íons negativos, como nitrato e cloreto, por hidroxila (OH).

Essas resinas são amplamente utilizadas na remoção de dureza da água, desmineralização e purificação de água industrial e potável.

Princípios de Funcionamento

O processo de troca iônica ocorre através da interação entre as resinas e os íons dissolvidos na água. A resina contém um esqueleto polimérico insolúvel ao qual estão fixados grupos funcionais que possuem cargas elétricas. Quando a água passa por uma coluna preenchida com resina, ocorre a troca seletiva de íons, removendo substâncias indesejáveis da solução.

As resinas podem ser regeneradas através de processos químicos específicos, permitindo seu reuso e prolongando sua vida útil. O ciclo de operação das resinas depende da capacidade de troca e da concentração de contaminantes na água tratada.

Aplicação no Tratamento de Água

O uso das resinas de troca iônica é vantajoso devido à sua alta seletividade, eficiência na remoção de metais pesados e possibilidade de reutilização após a regeneração. Diferentes indústrias aplicam essa tecnologia para remover compostos como:

  • Dureza da Água (Cálcio e Magnésio): Resinas catiônicas removem íons que causam incrustações.
  • Nitratos e sulfatos: Presentes em esgotos e águas residuais industriais.
  • Fluoretos e boratos: Presentes em indústrias químicas e metalúrgicas.

Vantagens e Desafios

Entre as principais vantagens das resinas de troca iônica, destacam-se:

  • Elevada seletividade na remoção de substâncias indesejadas.
  • Facilidade de operação, tornando-as viáveis para diversas aplicações.

Contudo, há desafios que limitam o uso das resinas em larga escala, como:

  • Custo inicial elevado, dificultando a adoção por pequenas e médias empresas.
  • Geração de resíduos durante a regeneração, podendo impactar o meio ambiente se não forem tratados corretamente.
  • Necessidade de manutenção periódica, incluindo a substituição das resinas desgastadas.
  • Custos operacionais elevados, especialmente devido ao custo dos produtos químicos para regeneração das resinas. 

Aplicação na Remoção de Poluentes

As resinas de troca iônica também são empregadas em processos de remediação ambiental, contribuindo para a remoção de poluentes de águas subterrâneas e superficiais. Estudos indicam que essa tecnologia pode ser utilizada para tratar efluentes industriais e reduzir a presença de substâncias tóxicas na água potável.

PFOA (Perfluorooctanoato):

  • Alta eficiência na adsorção de compostos perfluorados.
  • Utilização de resinas aniônicas fortemente básicas.
  • Pode ser combinada com carvão ativado e osmose reversa para maior eficiência.

Metais pesados (Cobre, Níquel, Chumbo, Cádmio, Mercúrio):

  • Remoção por resinas catiônicas que trocam os metais por íons menos tóxicos.
  • Aplicação em efluentes industriais e águas contaminadas.

Carbono Orgânico Dissolvido (COD):

  • Utilização de resinas magnéticas combinadas com resinas catiônicas.
  • Redução de matéria orgânica dissolvida em processos industriais.

Pesquisas recentes mostram que a combinação de resinas com outras técnicas de purificação, como osmose reversa e adsorção em carvão ativado, pode potencializar a eficiência do tratamento de água.

Considerações Finais

As resinas de troca iônica desempenham um papel essencial na engenharia ambiental, especialmente no tratamento de água e na remediação de poluentes. Seu uso permite a remoção de substâncias nocivas de maneira eficiente, garantindo um recurso hídricos mais seguro e sustentável.

A evolução das pesquisas na área busca tornar essa tecnologia ainda mais acessível, reduzindo custos operacionais e otimizando os processos de regeneração das resinas. Assim, a troca iônica continuará sendo um processo indispensável no tratamento de água e efluentes.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

Referência

ALI, A. et al. Ion Exchange Resins and their Applications in Water Treatment and Pollutants Removal from Environment: A Review. Futuristic Biotechnology, v. 3, n. 03, 2023. 

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Escrito em por & arquivado em Dicas, Osmose Reversa, Tratamento de Água.

A eficiência da osmose reversa depende diretamente da qualidade do pré-tratamento. Falhas como passagem de dureza ou dosagem incorreta de químicos podem causar incrustações e reduzir a vida útil das membranas. Monitoramento contínuo e ajustes preventivos são essenciais para manter o desempenho do sistema.

1. Impacto de Falhas no Pré-Tratamento

Problemas como passagem de dureza no abrandador ou dosagem inadequada de produtos químicos podem resultar em “fouling”, incrustação e degradação das membranas. Monitoramentos contínuos, uso de sensores e análises de balanço de massa são essenciais para evitar danos ao sistema.

2. Equipamentos e Dispositivos Complementares

O uso de inversores de frequência (VFD) nas bombas de alimentação e pressurização, permite ajustes dinâmicos da pressão, reduzindo o consumo energético. Filtros de cartucho ajudam a remover impurezas, protegendo as membranas de osmose reversa. A escolha adequada da bomba de limpeza CIP também influencia a eficácia da manutenção.

3. Cuidados na Partida e Paradas Prolongadas

Durante a partida de um sistema de osmose reversa, é fundamental evitar golpes de aríete, ajustando gradualmente a pressão e garantindo a remoção de ar do circuito. Em casos de paradas prolongadas, recomenda-se enxágues periódicos e preservação das membranas com solução de metabissulfito de sódio.

4. Normalização de Dados e Qualidade da Água de Alimentação

A normalização de dados é uma metodologia fundamental para avaliar o desempenho das membranas, permitindo a comparação precisa entre diferentes condições operacionais. Esse processo ajusta os valores de fluxo de permeado, taxa de rejeição de sais e perda de carga, eliminando influências externas como temperatura e pressão. Dessa forma, qualquer alteração no desempenho das membranas pode ser atribuída a fatores como incrustação, “fouling” ou degradação.

A qualidade da água de alimentação é um fator determinante para o desempenho da osmose reversa. Parâmetros como SDI (Silt Density Index) e turbidez influenciam diretamente a tendência de formação de depósitos nas membranas. Um SDI elevado (>5) indica a presença de partículas suspensas que podem levar ao entupimento das membranas, reduzindo sua vida útil. Para minimizar esses riscos, o uso de pré-tratamentos como filtros multimídia e ultrafiltração é recomendado.

5. Aplicação e Diferença entre Osmose Reversa e Nanofiltração

A osmose reversa é usada na dessalinização da água do mar e na purificação de água salobra, sendo também aplicada no polimento de águas residuais para reuso. Comparada à nanofiltração, a osmose reversa apresenta uma rejeição maior de sais e íons, enquanto a nanofiltração se destaca na remoção de compostos orgânicos e abrandamento da água (íons bivalentes).

6. Cuidados com Produtos Químicos e Desinfecção

O uso de biocidas não oxidantes, como DBNPA (2,2-Dibromo-3-Nitrilopropionamida) e isotiazolina, auxilia no controle microbiológico das membranas. Entretanto, a desinfecção inadequada pode levar à degradação prematura das membranas, exigindo controle rigoroso da dosagem e monitoramento da eficiência.

7. Operação e Manutenção

A limpeza química das membranas deve ser realizada quando houver uma queda de 10 a 15% na vazão de permeado ou um aumento semelhante na pressão diferencial. O tempo de limpeza pode variar de 10 a 24 horas, dependendo da severidade do “fouling”. Durante esse processo, a temperatura e o pH da solução de limpeza devem seguir as recomendações dos fabricantes para evitar a degradação prematura das membranas.

8. Controle da Condutividade e pH do Permeado

Após a limpeza química, pode ocorrer um aumento temporário na condutividade da água permeada devido à alteração da estrutura polimérica das membranas. Esse fenômeno é passageiro e tende a se estabilizar após algumas horas de operação.

9. Definição da Taxa de Recuperação do Sistema

A taxa de recuperação de um sistema de osmose reversa é definida pela razão entre a vazão de permeado e a vazão de alimentação, expressa em porcentagem. Esse parâmetro é influenciado pela qualidade da água de entrada, especialmente pela concentração de sais dissolvidos e pelo potencial de formação de incrustações.

10. Monitoramento Contínuo e Sensores Online

A instalação de sensores para osmose reversa como: Potencial de Redução e Oxidação, pH e condutividade são medidas preventivas para garantir a estabilidade do sistema. Alarmes automatizados auxiliam na detecção precoce de problemas operacionais.

Referência

FILHO, Joaquim Marques.
Osmose reversa para tratamento de água e reúso: curso online. [S. l.]: Água Engenharia, 2022.

Autor: Joaquim Marques Filho, M. Sc.

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Escrito em por & arquivado em Osmose Reversa, Tratamento de Água.

Introdução

A osmose reversa é uma tecnologia amplamente empregada no tratamento de água, utilizada para remover sais, íons e outras partículas indesejadas. Este processo se destaca por sua eficiência em aplicações como produção de água potável, dessalinização, reúso e produção de água industrial de alta pureza. 

Para assegurar o desempenho ideal de um sistema de osmose reversa, o dimensionamento adequado é essencial, abrangendo desde a coleta dos dados de processo, seleção de membranas até a configuração final do sistema.

Roteiro para Dimensionamento ​

O dimensionamento de um sistema de osmose reversa envolve várias etapas críticas:

  1. Seleção dos Dados de Processo:
    • Vazão de alimentação.
    • Vazão de permeado. ​
    • Qualidade da alimentação. ​
    • Qualidade do permeado.
    • Origem da água.
  1. Seleção do Tipo de Membrana:
    • Diâmetro e comprimento das membranas.
    • Material externo (fibra de vidro, PRFV, inox).
    • Aplicação específica (água doce, salobra, reúso e do mar). ​
  1. Seleção do Fluxo:
    • Fluxo = Vazão / Área. ​
    • Fluxo de projeto em função da aplicação:
      • Água de subterrânea: 30 L/m²h
      • Água superficial: 24 L/m²h
      • Efluente tratado: 17 L/m²h
      • Água do mar: 15 L/m²h
  1. Cálculo da Quantidade de Elementos:
    • Número de membranas (elementos) necessário para atender à vazão de permeado desejada. ​
  1. Cálculo da Quantidade de Vasos de Pressão:
    • Número de vasos de pressão necessários para acomodar as membranas. ​
  1. Seleção do Número de Estágios:
    • Proporção do número de vasos entre o primeiro e o segundo estágios (2:1 para água salobra, 3:1 para água salgada). ​
  1. Dimensionamento via Aplicativo:
    • Utilização de softwares específicos desenvolvidos pelos fabricantes de membranas para realizar cálculos detalhados e simulações. ​

Dados de Processo ​

Para um dimensionamento preciso, é essencial coletar e analisar os seguintes parâmetros da água de alimentação:

  • Temperatura.
  • pH.
  • Sólidos Suspensos Totais (SST).
  • Turbidez.
  • Dureza total. ​
  • Alcalinidade total. ​
  • Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO).
  • Demanda Química de Oxigênio (DQO).
  • Carbono Orgânico Total (TOC).
  • Cor.
  • Óleos e Graxas. ​
  • Sólidos Totais Dissolvidos (TDS).
  • Condutividade.
  • Ferro total. ​
  • Manganês total. ​
  • Alumínio total. ​
  • Fosfato total. ​
  • Amônia.
  • Cloro.
  • Sílica total. ​
  • Cálcio.
  • Magnésio.
  • Sódio.
  • Potássio.
  • Estrôncio.
  • Bário.
  • Boro.
  • Cloreto.
  • Sulfato.
  • Nitrato.
  • Nitrito.
  • Carbonato.
  • Bicarbonato.
  • Fluoreto.

Qualidade da Água de Alimentação ​

Os limites de qualidade da água de alimentação são cruciais para garantir a eficiência e a durabilidade do sistema de osmose reversa. Parâmetros como turbidez, SDI, óleos e graxas, TOC, cloro livre, ferro, manganês, alumínio e DQO devem ser monitorados e controlados dentro dos limites especificados.

Seleção da Membrana

A seleção da membrana adequada depende da vazão e do tipo de água a ser tratada:

  • Membranas de 2,5” para vazões < 200 L/h. ​
  • Membranas de 4” para vazões < 2.300 L/h.
  • Membranas de 8” para vazões > 2.300 L/h. ​

Cálculo do Número de Elementos e Vasos de Pressão ​

O número de elementos (N) é calculado pela fórmula:

N=Q/(J*A)​

 Onde:

  • Q: vazão de permeado (m³/h). ​
  • J: fluxo (L/m²h). ​
  • A: área da membrana (m²).

O número de vasos de pressão (Nv) é calculado pela fórmula: 

Nv=N/Nm

​Onde:

  • Nm: número de membranas por vaso de pressão. ​

Recuperação e Estágios ​

A recuperação do sistema é a relação entre a vazão de permeado e a vazão de alimentação. ​ A configuração dos estágios depende da recuperação desejada, com proporções típicas de 2:1 para água salobra e 3:1 para água salgada. ​Geralmente se obtém 75% de recuperação para água salobra e 50% para água do mar. 

Dimensionamento via aplicativo ​

Devido à complexidade dos cálculos, o uso de aplicativos desenvolvidos pelos fabricantes de membranas é recomendado. ​ Esses aplicativos fornecem informações detalhadas sobre as membranas, quantidade de membranas e vasos, arranjos, porcentagem de recuperação, vazões do permeado e concentrado, composições, pressões e dosagem de químicos. ​

Observações finais

O dimensionamento de sistemas de osmose reversa é um processo detalhado que requer a consideração de diversos parâmetros e a utilização de ferramentas específicas. Seguir um roteiro estruturado e utilizar aplicativos de dimensionamento são práticas recomendadas para garantir a eficiência e a durabilidade do sistema, e lembre-se sempre consulte um profissional qualificado.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

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Escrito em por & arquivado em Osmose Reversa, Tecnologia, Tratamento de Água.

A osmose reversa é uma tecnologia amplamente utilizada para purificação de água, permitindo a separação eficiente de sais e outras impurezas.

Esse método tem aplicação em diversas indústrias, desde a produção de água potável até processos industriais complexos. Este artigo apresenta as melhores práticas para a operação de sistemas de osmose reversa, baseando-se em diretrizes importantes para garantir desempenho ideal e longevidade do equipamento.

Comissionamento do Sistema

O comissionamento é uma etapa essencial para assegurar a instalação adequada e o funcionamento eficiente de sistemas de osmose reversa. Antes da partida, é importante realizar testes de vazamento nos skids e garantir que os vasos de pressão estejam limpos. As membranas devem ser carregadas cuidadosamente nos vasos pelo lado da alimentação, com lubrificação apropriada utilizando produtos como glicerina, detergente neutro diluído ou graxa de silicone. Para aplicações potáveis e alimentícias, o uso de lubrificantes certificados pela FDA e NSF é imprescindível.

O posicionamento das membranas dentro dos vasos deve ser registrado em um esquema indicativo, incluindo os números de série, para facilitar análises futuras.

Procedimentos de Partida

O processo de partida do sistema deve ser conduzido em etapas, começando com a abertura das válvulas de alimentação e concentrado, e a drenagem inicial do permeado. A pressurização do sistema deve ser feita gradualmente para evitar danos às membranas. Após a estabilização do sistema, é fundamental realizar leituras iniciais dos parâmetros operacionais e compará-los com os dados de projeto. A recuperação do sistema deve ser calculada, e o permeado deve ser descartado até que atenda aos padrões de qualidade estabelecidos.

Operação Contínua e Monitoramento

Durante a operação, é essencial que a planta opere dentro das condições especificadas no projeto. A temperatura da alimentação, a pressão e a vazão das correntes de permeado e concentrado devem ser monitoradas regularmente. Qualquer variação nesses parâmetros pode indicar a necessidade de ajustes na pressão de alimentação ou na taxa de recuperação.

O monitoramento contínuo também envolve o registro de condutividade da alimentação e do permeado, além de análises periódicas para detectar alterações significativas na qualidade da água. Operações fora das condições de projeto podem comprometer a rejeição de sais e a eficiência do sistema.

Gestão de Paradas e Hibernação

Em períodos de parada de até 24 horas, não é necessário realizar procedimentos específicos. No entanto, paradas superiores a 48 horas exigem medidas para evitar o ressecamento das membranas, como operar a planta por curtos períodos diariamente. Para hibernações prolongadas, recomenda-se preencher os vasos de pressão com uma solução de beta bissulfito de sódio (1 a 1,5%) para evitar a proliferação de micro-organismos e substituí-la a cada 30 dias.

Armazenamento de Membranas

As membranas devem ser armazenadas em locais arejados, protegidas da luz solar direta e dentro de limites de temperatura entre -4 °C e 35 °C. Quando acondicionadas em soluções conservantes, estas devem ser substituídas anualmente ou ao apresentar sinais de crescimento biológico.

Fatores Críticos para a Eficiência

A eficiência do sistema de osmose reversa está diretamente relacionada ao controle de variáveis como pressão, temperatura, recuperação e concentração de sal na alimentação. Alterações nesses parâmetros podem afetar significativamente a vazão de permeado e a rejeição de sais. 

Conclusão

A operação adequada de sistemas de osmose reversa são fundamentais para garantir sua eficiência e durabilidade. Seguir procedimentos de comissionamento, partida, operação e hibernação, além de monitorar os parâmetros operacionais, são práticas indispensáveis para otimizar o desempenho do sistema e assegurar a qualidade do permeado produzido. 

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

Advances-in-Zero-Fluid-Discharge-Technology

Escrito em por & arquivado em Osmose Reversa, Tecnologia, Tratamento de Água.

A osmose reversa é amplamente reconhecida como uma das tecnologias mais eficazes para o tratamento de água, especialmente em aplicações industriais e potabilização de água salobra e do mar.

Com a intensificação das regulamentações ambientais e a crescente busca por sustentabilidade, as indústrias enfrentam o desafio de reduzir os resíduos líquidos gerados nesses processos. É nesse cenário que as abordagens de Descarga Zero de Líquidos (ZLD) e a gestão eficiente de salmouras ganharam relevância.

A tecnologia ZLD tem como objetivo eliminar completamente os resíduos líquidos (concentrado da osmose reversa), transformando-os em materiais reutilizáveis ou resíduos sólidos passíveis de descarte seguro. Essa solução é importante para indústrias situadas em locais onde não há opções viáveis de descarte de resíduos líquidos, como regiões áridas ou áreas distantes de grandes corpos hídricos, por exemplo, uma usina de energia localizada no interior de uma região desértica pode adotar ZLD para recuperar toda a água do processo, transformando a salmoura residual em sais sólidos que podem ser comercializados ou descartados de forma sustentável.

A salmoura, concentrado da osmose reversa, apresenta desafios tanto ambientais quanto financeiros. A eliminação inadequada pode causar impactos severos nos ecossistemas, enquanto métodos tradicionais, como transporte ou injeção em poços profundos, são caros e pouco sustentáveis.

Além disso, a presença de poluentes emergentes como compostos per- e polifluoroalquil (PFAS) aumenta a complexidade do tratamento, pois essas substâncias são persistentes no meio ambiente e reguladas de forma rigorosa em muitos países.

As principais soluções em ZLD e gestão de salmoura:

1. Sistemas de Alta Recuperação de Água

Tecnologias avançadas permitem recuperar até 98% da água processada, reduzindo drasticamente o volume de salmoura gerada. Por exemplo, sistemas híbridos combinando osmose reversa e processos térmicos podem aumentar a eficiência do uso de recursos hídricos em indústrias químicas e petroquímicas.

2. Redução e Reutilização de Salmouras

Métodos como a cristalização térmica e o uso de membranas de concentração transformam salmouras em resíduos sólidos ou matérias-primas reutilizáveis.

Exemplo: O cloreto de sódio extraído da salmoura pode ser reutilizado em processos industriais, como na fabricação de produtos químicos.

3. Materiais de Última Geração

Membranas com nanotecnologia oferecem maior resistência à incrustação biológica e ao acúmulo de sais, aumentando a durabilidade do sistema e reduzindo os custos de operação.

A implementação de sistemas ZLD traz benefícios que vão além da conformidade ambiental:

  • Sustentabilidade hídrica: Empresas podem reutilizar até 100% da água tratada, reduzindo sua dependência de recursos naturais.
  • Valorização de resíduos sólidos: Subprodutos recuperados, como minerais e sais, podem ser comercializados ou utilizados internamente.
  • Redução de custos a longo prazo: Apesar dos altos custos iniciais, as economias em água e o cumprimento de regulamentações podem gerar retorno financeiro.

Embora os benefícios sejam claros, a adoção de ZLD ainda enfrenta desafios significativos:

  • Alto consumo de energia: Processos como a cristalização térmica demandam energia intensiva.
  • Custos iniciais elevados: A instalação de sistemas ZLD requer investimentos substanciais em infraestrutura e tecnologia.
  • Entretanto, avanços em automação, inteligência artificial e energias renováveis estão tornando esses sistemas mais eficientes e economicamente viáveis. Por exemplo, sensores inteligentes podem otimizar o desempenho dos sistemas de ZLD, reduzindo o consumo energético e os custos operacionais.

A integração de tecnologias ZLD e soluções inovadoras para a gestão de salmouras representa um avanço fundamental no tratamento de água. Essa abordagem não só responde às exigências ambientais, mas também contribui para a sustentabilidade e eficiência industrial. À medida que os desafios hídricos globais aumentam, essas soluções se tornam indispensáveis para alinhar a proteção ambiental com o crescimento econômico, assegurando um futuro sustentável para o gerenciamento de recursos hídricos.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.