Osmose Reversa no tratamento de água para cervejarias industriais e artesanais

No cenário atual, em que as fontes de água estão cada vez mais sujeitas a contaminação por uma variedade de poluentes, as cervejarias, tanto industriais quanto artesanais, enfrentam desafios significativos em garantir a pureza e a consistência da água utilizada em seus processos de produção. Diante dessa realidade preocupante, o tratamento por osmose reversa se apresenta como uma solução eficaz para assegurar a qualidade e a segurança da água cervejeira.

A osmose reversa é um processo de purificação de água altamente avançado que utiliza uma membrana semipermeável para remover seletivamente contaminantes, incluindo micro-organismos, metais pesados, produtos químicos e compostos orgânicos. Ao empregar a tecnologia de osmose reversa, as cervejarias têm a capacidade de eliminar efetivamente essas impurezas, garantindo assim um suprimento de água livre de contaminação para seus processos de fabricação de cerveja.

Uma das principais vantagens do tratamento por osmose reversa é a sua capacidade de oferecer uma fonte de água "limpa" e confiável, mesmo em áreas onde as fontes naturais de água estão sujeitas a altos níveis de poluição. Ao utilizar água tratada por osmose reversa, as cervejarias podem ter a tranquilidade de saber que estão trabalhando com uma matéria prima segura e de qualidade.

Além disso, a osmose reversa oferece muito controle sobre a composição química e mineral da água, permitindo que as cervejarias ajustem precisamente os perfis iônicos para atender às necessidades específicas de cada estilo de cerveja. Isso não apenas contribui para a consistência e qualidade dos produtos, mas também permite que as cervejarias atinjam uma diversidade mais ampla de sabores e aromas em suas cervejas, agregando valor e distinção ao seu portfólio de produtos.

Abaixo alguns exemplos de íons que podem influenciar na qualidade e sabor da cerveja (STRONG, 2020):

  • Cálcio (Ca+2) é importante na produção de cerveja, sendo um cofator essencial para enzimas do mosto, auxiliando na coagulação de proteínas e na redução do pH do mosto, em altas quantidades tem efeito negativo sobre o mosto e pode provocar sabor metálico na cerveja.  
  • Magnésio (Mg+2) tem efeitos similares ao cálcio, porém em menor intensidade, podendo também reduzir o pH do mosto, mas em concentrações elevadas pode ter sabor desagradável e efeitos laxativos.
  • Sódio (Na+1) não afeta o processo de produção, mas influencia no sabor, podendo conferir plenitude ao paladar em baixas concentrações e sabor salgado em concentrações altas, associado à pressão alta.
  • Cloreto (Cl-1) contribui para a plenitude e equilíbrio da cerveja no paladar, podendo conferir sabores salgados quando combinado com sódio.
  • Sulfato (SO4-2) aumenta a secura da cerveja no paladar e destaca o amargor, mas em concentrações altas pode ter um sabor áspero e sulfuroso.
  • Carbonato (CO3-2) eleva o pH do mosto e fornece alcalinidade, causando problemas na produção de cerveja ao elevar o pH e conferindo sabor calcário.
  • Outros íons presentes em menores concentrações incluem elementos traço importantes para nutrição da levedura, como zinco (Zn+2), cobre (Cu+1) e manganês (Mn+2), enquanto metais como ferro (Fe+2) e níquel (Ni+4) são indesejáveis e podem causar sabores metálicos.

O tratamento por osmose reversa oferece às cervejarias uma solução eficaz para os desafios cada vez mais prementes relacionados à contaminação hídrica. Ao proporcionar uma fonte de água segura e de alta qualidade, bem como um controle preciso sobre sua composição química e mineral, a osmose reversa permite que as cervejarias produzam cervejas excepcionais e distintas, ao mesmo tempo em que protegem a saúde de seus consumidores e a qualidade de seus produtos.

Referência: STRONG, Gordon. Brewing with Reverse Osmosis Water. Brew Your Own, 2020.

Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.

 

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