Osmose Reversa: 10 “Insights” Essenciais para Operação e Manutenção Eficientes 

A eficiência da osmose reversa depende diretamente da qualidade do pré-tratamento. Falhas como passagem de dureza ou dosagem incorreta de químicos podem causar incrustações e reduzir a vida útil das membranas. Monitoramento contínuo e ajustes preventivos são essenciais para manter o desempenho do sistema.

1. Impacto de Falhas no Pré-Tratamento

Problemas como passagem de dureza no abrandador ou dosagem inadequada de produtos químicos podem resultar em “fouling”, incrustação e degradação das membranas. Monitoramentos contínuos, uso de sensores e análises de balanço de massa são essenciais para evitar danos ao sistema.

2. Equipamentos e Dispositivos Complementares

O uso de inversores de frequência (VFD) nas bombas de alimentação e pressurização, permite ajustes dinâmicos da pressão, reduzindo o consumo energético. Filtros de cartucho ajudam a remover impurezas, protegendo as membranas de osmose reversa. A escolha adequada da bomba de limpeza CIP também influencia a eficácia da manutenção.

3. Cuidados na Partida e Paradas Prolongadas

Durante a partida de um sistema de osmose reversa, é fundamental evitar golpes de aríete, ajustando gradualmente a pressão e garantindo a remoção de ar do circuito. Em casos de paradas prolongadas, recomenda-se enxágues periódicos e preservação das membranas com solução de metabissulfito de sódio.

4. Normalização de Dados e Qualidade da Água de Alimentação

A normalização de dados é uma metodologia fundamental para avaliar o desempenho das membranas, permitindo a comparação precisa entre diferentes condições operacionais. Esse processo ajusta os valores de fluxo de permeado, taxa de rejeição de sais e perda de carga, eliminando influências externas como temperatura e pressão. Dessa forma, qualquer alteração no desempenho das membranas pode ser atribuída a fatores como incrustação, “fouling” ou degradação.

A qualidade da água de alimentação é um fator determinante para o desempenho da osmose reversa. Parâmetros como SDI (Silt Density Index) e turbidez influenciam diretamente a tendência de formação de depósitos nas membranas. Um SDI elevado (>5) indica a presença de partículas suspensas que podem levar ao entupimento das membranas, reduzindo sua vida útil. Para minimizar esses riscos, o uso de pré-tratamentos como filtros multimídia e ultrafiltração é recomendado.

5. Aplicação e Diferença entre Osmose Reversa e Nanofiltração

A osmose reversa é usada na dessalinização da água do mar e na purificação de água salobra, sendo também aplicada no polimento de águas residuais para reuso. Comparada à nanofiltração, a osmose reversa apresenta uma rejeição maior de sais e íons, enquanto a nanofiltração se destaca na remoção de compostos orgânicos e abrandamento da água (íons bivalentes).

6. Cuidados com Produtos Químicos e Desinfecção

O uso de biocidas não oxidantes, como DBNPA (2,2-Dibromo-3-Nitrilopropionamida) e isotiazolina, auxilia no controle microbiológico das membranas. Entretanto, a desinfecção inadequada pode levar à degradação prematura das membranas, exigindo controle rigoroso da dosagem e monitoramento da eficiência.

7. Operação e Manutenção

A limpeza química das membranas deve ser realizada quando houver uma queda de 10 a 15% na vazão de permeado ou um aumento semelhante na pressão diferencial. O tempo de limpeza pode variar de 10 a 24 horas, dependendo da severidade do “fouling”. Durante esse processo, a temperatura e o pH da solução de limpeza devem seguir as recomendações dos fabricantes para evitar a degradação prematura das membranas.

8. Controle da Condutividade e pH do Permeado

Após a limpeza química, pode ocorrer um aumento temporário na condutividade da água permeada devido à alteração da estrutura polimérica das membranas. Esse fenômeno é passageiro e tende a se estabilizar após algumas horas de operação.

9. Definição da Taxa de Recuperação do Sistema

A taxa de recuperação de um sistema de osmose reversa é definida pela razão entre a vazão de permeado e a vazão de alimentação, expressa em porcentagem. Esse parâmetro é influenciado pela qualidade da água de entrada, especialmente pela concentração de sais dissolvidos e pelo potencial de formação de incrustações.

10. Monitoramento Contínuo e Sensores Online

A instalação de sensores para osmose reversa como: Potencial de Redução e Oxidação, pH e condutividade são medidas preventivas para garantir a estabilidade do sistema. Alarmes automatizados auxiliam na detecção precoce de problemas operacionais.

Referência
FILHO, Joaquim Marques.
Osmose reversa para tratamento de água e reúso: curso online. [S. l.]: Água Engenharia, 2022.

Autor: Joaquim Marques Filho, M. Sc.

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