A osmose reversa é uma tecnologia amplamente utilizada para purificação de água, permitindo a separação eficiente de sais e outras impurezas.
Esse método tem aplicação em diversas indústrias, desde a produção de água potável até processos industriais complexos. Este artigo apresenta as melhores práticas para a operação de sistemas de osmose reversa, baseando-se em diretrizes importantes para garantir desempenho ideal e longevidade do equipamento.
Comissionamento do Sistema
O comissionamento é uma etapa essencial para assegurar a instalação adequada e o funcionamento eficiente de sistemas de osmose reversa. Antes da partida, é importante realizar testes de vazamento nos skids e garantir que os vasos de pressão estejam limpos. As membranas devem ser carregadas cuidadosamente nos vasos pelo lado da alimentação, com lubrificação apropriada utilizando produtos como glicerina, detergente neutro diluído ou graxa de silicone. Para aplicações potáveis e alimentícias, o uso de lubrificantes certificados pela FDA e NSF é imprescindível.
O posicionamento das membranas dentro dos vasos deve ser registrado em um esquema indicativo, incluindo os números de série, para facilitar análises futuras.
Procedimentos de Partida
O processo de partida do sistema deve ser conduzido em etapas, começando com a abertura das válvulas de alimentação e concentrado, e a drenagem inicial do permeado. A pressurização do sistema deve ser feita gradualmente para evitar danos às membranas. Após a estabilização do sistema, é fundamental realizar leituras iniciais dos parâmetros operacionais e compará-los com os dados de projeto. A recuperação do sistema deve ser calculada, e o permeado deve ser descartado até que atenda aos padrões de qualidade estabelecidos.
Operação Contínua e Monitoramento
Durante a operação, é essencial que a planta opere dentro das condições especificadas no projeto. A temperatura da alimentação, a pressão e a vazão das correntes de permeado e concentrado devem ser monitoradas regularmente. Qualquer variação nesses parâmetros pode indicar a necessidade de ajustes na pressão de alimentação ou na taxa de recuperação.
O monitoramento contínuo também envolve o registro de condutividade da alimentação e do permeado, além de análises periódicas para detectar alterações significativas na qualidade da água. Operações fora das condições de projeto podem comprometer a rejeição de sais e a eficiência do sistema.
Gestão de Paradas e Hibernação
Em períodos de parada de até 24 horas, não é necessário realizar procedimentos específicos. No entanto, paradas superiores a 48 horas exigem medidas para evitar o ressecamento das membranas, como operar a planta por curtos períodos diariamente. Para hibernações prolongadas, recomenda-se preencher os vasos de pressão com uma solução de beta bissulfito de sódio (1 a 1,5%) para evitar a proliferação de micro-organismos e substituí-la a cada 30 dias.
Armazenamento de Membranas
As membranas devem ser armazenadas em locais arejados, protegidas da luz solar direta e dentro de limites de temperatura entre -4 °C e 35 °C. Quando acondicionadas em soluções conservantes, estas devem ser substituídas anualmente ou ao apresentar sinais de crescimento biológico.
Fatores Críticos para a Eficiência
A eficiência do sistema de osmose reversa está diretamente relacionada ao controle de variáveis como pressão, temperatura, recuperação e concentração de sal na alimentação. Alterações nesses parâmetros podem afetar significativamente a vazão de permeado e a rejeição de sais.
Conclusão
A operação adequada de sistemas de osmose reversa são fundamentais para garantir sua eficiência e durabilidade. Seguir procedimentos de comissionamento, partida, operação e hibernação, além de monitorar os parâmetros operacionais, são práticas indispensáveis para otimizar o desempenho do sistema e assegurar a qualidade do permeado produzido.
Autor: Joaquim Marques Filho, M.Sc.